Bem-vindo
à
Página do Veleiro "Aragem"
(Trimarã
Searunner 34)
Daqui
a vinte anos te sentirás mais desiludido pelas coisas que
não chegastes a fazer do que por aquelas
que fizeste.
Assim, solta as amarras. Caça tuas velas. Navega mar afora.
Explora. Sonha. Descobre. ("Twenty
years from now you will be more disapointed by the things you didn`t
do by the ones you did do. So throw off the bowlines. Sail
away
from the safe harbor. Cath the trade winds in your sails. Explore.
Dream. Discovery.") Frase
original atribuída
ao escritor americano Mark
Twain.
Depois
que se
constrói um barco,
dificilmente pára-se naquele. No meu caso, por exemplo, ao
construir o >>> Li-Si-Ri,
meu primeiro
barco, novos horizontes se abriram. Logo pensei na
construção
de outro barco
bem maior, que me permitisse não só pequenos
cruzeiros
litorâneos, com necessários,
confortáveis e seguros pernoites, mas também
viagens mais longas e eventualmente uma travessia,
quem sabe?
Então, em julho de 2004, iniciei a
construção de um trimarã Searunner
de 34 pés, a que darei o nome de Aragem.
Esta
página pretende descrever os antecedentes, a
construção do barco, sua
colocação na
água, a descida a motor até ao longo de
três rios
(Poty, Parnaíba e Igaraçú --- este um
braço
do rio Parnaíba), até o mar, trezentos e poucos
quilômetros distante. E daí em frente, tudo
quanto
for
sendo vivido pelo barco e seu dono, construtor e comandante.

O
ARAGEM
NAVEGANDO.
E
Finalmente,
após quase oito anos de duro e dedicado
trabalho,
sendo os três últimos da
mais intensa
expectativa, pude ver e sentir o Aragem
flutuando docemente em seu
casco azul. Boa parte do sonho
está realizado. Venci a incerteza, natural nos
projetos
demorados, e dominei a ansiedade
dos acontecimentos
mais recentes como
jamais imaginei que seria capaz. Agora é partir para a
segunda
parte do sonho, certo de que já tenho os meios de
realizá-lo.
O
Aragem está na água. Já navegamos
juntos por sinuosas e
difíceis milhas rio abaixo, quando pude
conhecê-lo em
seu próprio ambiente. Dormi as noites no aconchego
do
beliche duplo
que me
destinei. Com a gaiúta de proa escancarada, a brisa trazendo
o
cheiro do rio para dentro do barco. Uma destas noites foi de chuva e me
brindou mais uma experiência nesta escalada para o mundo
aquático: o desabar do aguaceiro sobre o convés,
longe de
incomondar meu sono, foi música para os meus ouvidos. Mas
nas
outras noites não choveu. O que inundava o céu
era uma
enxurrada brilhante de estrelas. A Via Láctea em
toda sua
extensão, o Cruzeiro do Sul e outras
constelações
que há anos eu não via, escondidas no
clarão da
cidade. Então pude deitar- me
no convés e
deliciar meus olhos com o espetáculo sideral. Eu
era, enfim, um homem
integrando-se à natureza, ensaiando um novo e
ansiosamente desejado estilo de
vida, a ser abraçado cada vez mais dali em diante.

O Aragem
descendo o rio Poty,
logo após seu lançamento, naquela
inesquecível tarde
do
dia 20 de abril, para esperar, quase à
desembocadura no rio
Parnaiba, a manhã do dia seguinte, quando
zarparíamos
rumo ao litoral.