2005

Janeiro/Março

Periodo em que trabalhei na preparação do casco para receber a laminação. Trabalho fundamental. Possíveis imperfeições não corrigidas nesta fase terminariam aumentando o trabalho no acabamento final.

Acertei a compra e transporte do material para laminação do flutuador: resina epoxy, endurecedor e tecido de fibra de vidro.   

Tive muitas dúvidas sobre o material que usaria na laminação. Não com respeito à qualidade e à segurança, mas sim quanto aos custos envolvidos dependendo do material a ser usado. O projeto traz duas opções para saturação da fibra de vidro: resina poliéster ou resina epoxy, sendo esta mais cara. 

Após analisar a relação custos e benefícios, fiquei com a segunda opção.

Decidi que não usaria manta na laminação. Apenas tecido. A manta seria usada em conjunto com tecido, ambos em tiras, nas emendas internas dos chines. Trapos de manta esgarçada ou desfiada serão usados como cantoneiras em alguns pontos mais agudos.

Abril

Chegou (dia 16) o material para laminação. Resina epoxy mais endurecedor e tecido de fibra de vidro bi-direcional de 320g por metro quadrado.

O manual de construção diz que é suficiente uma camada externa de tecido de 4 onças por jarda (cerca de 170g/m2) Justifica o uso do tecido bem fino pelo fato de o barco possuir uma estrutura bastante forte e rígida. Segundo o manual, feitas os reforços devidos e resinado o casco, ele poderia até ser pintado e prescindir de uma laminação externa, já que esta, além de proteção extra contra as intempéries, teria simples função cosmética.  

De qualquer forma, achei muito fino. Por minha conta, usaria a gramatura maior para os cascos e menor para asas e covés..

Opa! Não é uma borracharia. Os pneus velhos são para apoiar o flutuador durante o processo de laminação e acabamento.

Terminei de corrigir as imperfeições do casco. Ficou pronto para receber a laminação.

 

 

Junho

Concluída a laminação do flutuador de bombordo. Usei o sistema peel-ply, sem vácuo, sugerida nas instruções de construção que vieram anexas ao manual ("Searunner Construction") para laminação de algumas peças. Resolvi usá-lo na laminação de todo o casco. Constatei as vantagens.

Um tecido de poliéster (cetim barato) posto sobre a fibra de vidro saturada de epoxy é estirado com espátula, para extração das bolhas de ar.

Flutuador de bombordo com vista do seu interior. Será trabalhado internamente (filetes, impregnação e emendas dos chines).

Iniciei a construção do flutuador de boreste. 

Anteparas já montadas no gabarito, com esquadro conferido, niveladas, alinhadas e aprumadas.

Setembro

Entre a segunda quinzena de junho e a primeira de julho, deixei a construção do Aragem e me dediquei à construção do Li-Si-Ri-II. Até sacrificando parte de minhas férias. Eu tinha que terminar o barquinho, pois queria levá-lo para o litoral.

Voltando das férias, retomei os trabalhos no Aragem. Fiz as longarinas transversais que faltavam para o segundo flutuador (boreste) e aí estão as primeiras coladas.

Este segundo flutuador teria resinadas as partes internas das longarinas antes de fixar os painéis. Estes também seriam resinados internamente depois de feitas as marcações e apontados os locais dos parafusos bem como delimitadas as partes que ficarão sem resina para receberem as futuras colagens e os filetes.

Achei mais fácil do que resinar depois, com o casco todo fechado e dificultado o acesso a alguns lugares.

Apenas o apoiamento interno e a retirada dos excessos de resina na pregação dos painéis, a colagem destes (cabeça/cabeça e nos chines), a filetagem das anteparas não reforçadas e algum eventual retoque, por inevitável, ficariam para depois de o casco fechado.      

Outubro

Conforme previsto, iniciei o resinamento do flutuador de boreste previamente à fixação dos painéis.

As áreas coláveis não receberam resina. Algumas delas (onde haverá filetes, por exemplo) foram protegidas com fita crepe.

Alguma invasão de resina nas áreas de colagem seria retirada no shape, com lixadeira. 

Nas áreas a serem filetadas, algum extravasamento seria retirado com a mini-retífica.  

Marcando e riscando as curvaturas nos painéis.

Novembro

Estrutura do flutuador de boreste completamente resinada e afagada (shaped), aguarda a colagem dos dois primeiros painéis laterais, já devidamente preparados.

Após curadas as duas demãos de resina, preparei o painel para aplicação na estrutura do flutuador.

Como dito antes, a fita crepe seria retirada e extraído, com mini-retífica, o extravasamento de resina.

Sei que este método contraria o usual na construção plywood, onde a impregnação interna dá-se apenas após fechado o casco. Mas aí vem toda aquela mão-de-obra de lixamento no interior de um espaço restrito (como é o flutuador), além da inevitável "meladeira" e escorrimento de resina.  

Aqui, não. É tudo resinado na horizontal. Em seguida à colagem, o excesso de resina é retirado com espátula e feita uma limpeza com álcool. Não haverá mais impregnação nas áreas adjacentes, pois já estão resinadas.

Ao ser fechado o casco, ele já estará quase fora de trabalho por dentro. Exceção das emendas dos chines (que serão feitas com o casco na horizontal) e da quilha (que serão feitas na vertical, quando da montagem dos cascos). 

A mini-retífica (ao lado) é uma das mais versáteis ferramentas. Com ela é possível viabilizar-se este método, pois, além de levíssima e relativamente silenciosa, é de uma precisão cirúrgica. Você pode usá-la com uma só mão, alcançando locais onde é impossível usar a lixa ou uma ferramenta.

Sem nenhum exagero: pode-se até escrever com ela!     

Dezembro

Flutuador de boreste com a primeira série de painéis colados (lado outboard).

Fui logo parafusando, pois alguma excesso de resina das colagens e filetes seria usada para fechar as cabeças dos parafusos (embutidas nos painéis).



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